quinta-feira, abril 2

O Estado ama-me

Estava a ver que não. Fomos finalmente assaltados! E em grande estilo. Tamanho aparato, nem quando a Madona cá esteve. Ainda pensei chamar a polícia, mas eles estavam ocupados a escoltar os ladrões - que bem precisam de protecção, uma vez que como todos nós sabemos, viram a precaridade das suas condiçõs de trabalho aumentar exponencialmente depois que o acesso ás armas de fogo foi, por assim dizer, facilitado.

O chefe do gang, quanto a mim é que foi mal escolhido. Era meio caga tacos. Não tinha mais que 1.50m e tinha tomates do tipo chery, que lhe causava um problema de défice de atenção e focagem, fazendo com que não me conseguisse olhar nos olhos, coitado. Eu sempre ouvi dizer que é de bom tom mostrarmos respeito e carinho enquanto fodemos os outros, mas às vezes é problema de saúde e não de carácter. Compreende-se.

Agora não lucraram lá muito. O roubo, em principio nao deve ir alem dos 500€ e a dividir por aquela gente toda, é coisa que não paga nem um jantar no Tavares, o Rico.

Aqui há tempos disseram-me que comprasse um sapo para me proteger dos ciganos. Não sei bem porquê, mas eles não entram em sítios que tenham sapos - vivos, de loiça, etc, desde que sejam sapos - não gostam. Mas agora, para me defender dos tipos das Finanças não sei bem o que tenho de comprar. Não tenho o telefone do Isaltino, muito menos dos sobrinhos da suiça. A Fatinha estava no salão a fazer madeixas e o tio do BCP acho que ia agora para o Brasil. Não sei quem me há-de valer sinceramente.

Estes tipos são lixadíssimos. Não sabem relaxar, e por mais que a gente lhes dê - e Deus bem sabe que damos muito, nunca ficam contentes. Por isso é que os papalvos que vão para ministros nunca querem ficar com a pasta que a Manuela Ferreira Leite tão bem defendeu e representou. É que pastas frígidas dão o dobro do trabalho, e por mais pinos e cambalhotas que se dê para tentar levar as coisas a bom porto, do rótulo de incompetentes já não se livram. Nem mesmo o esforço que fazem lhes é reconhecido.

Se formos a ver, as finanças são como aquelas tipas ou tipos frustradissimos na vida, que depois, têm como único consolo do redondo falhanço que é a sua existencia, tentarem tornar a existência dos outros igualmente patética. E nem é bem isto. No fundo é puro altruísmo, gostam de dar o que de melhor têm. São antes generosos na retribuição da sua frustração pelos outros. é isso.

Para me safar disto, e fugir a esta máfia organizada, ainda podia ver se subornava alguém. Mas já vi que ia ser complicado, tudo gente invejosa. Teria que subornar logo mais dois ou três. Ficava-me na mesma quantia, ou mais ainda. Por isso tive uma ideia melhor. Acho que vou criar uma daquelas correntes via e mail que os portugueses tanto gostam e que até parece resultar. daquelas que se criam para ajudar fulano com cancro, ou fulana cujo filho tem uma doença esquisita. Desde que as pessoas se identifiquem com a causa, tenham pena do sofrimento dos outros, e vejam que há falta de apoios, é certo e sabido que aderem.
Acho que vou ter sucesso.

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