terça-feira, julho 28

Tenho impressão que o alemão gosta de mim. Ele confunde-me toda, baralha-me. Tolda-me o pensamento. É que estou há 5 minutos na Natura com uma das empregadas a olhar para mim e a sorrir-me imenso, e eu não faço a mínima ideia de onde conheço a tipa. É certo, de vez em quando ao fazer refresh à massa verde e bolorenta que compõe o meu cérebro, uma resposta parece surgir, mas depois, nada - branca total novamente. Será uma cliente minha? Deve ser isso. Se calhar conhece-me daí, não sei. Mas não saber se é, ou não, é uma sensação terrível. Sinto-me parva.

Pergunto-me, será que isto também se passa com as putas? Do género, vão na rua e um tipo sorri-lhes, acenas-lhes e os etc's todos. Será que ela se lembra? será que sabe sempre quem já frequentou a sua superfície comercial? É tramado...

quinta-feira, julho 23

O meu fornecedor de doces regionais é um tipo grande, forte, careca e tatuado, que usa t-shirts com frases como esta: "vai uma rapidinha?". fofo, não é?

segunda-feira, julho 20

Lesbianices

Detesto a tipa. É brasileira. Brasileira afamada, daquelas do tipo violão. Todos os dias por volta das cinco da tarde há à vontade uns 30 homens ao balcão a babarem os litros de cerveja que entornam como pretexto para olharem para ele: o rabo.
Este não é um rabo qualquer, não. Uma nádega dela é o meu rabo inteiro. E depois ela não anda com os pés, anda impulsionada pelo movimento do rabo. Não sorri, nem diz bom dia ou boa tarde, porque o rabo está muito ocupado a fazer isso tudo por ela.
Que não hajam mal entendidos. Não gosto dela porque é antipática, e não porque tenha inveja dele, o rabo.
Mas o que eu detesto realmente é o facto de também eu, ou nós - visto que à rapariga que trabalha comigo acontece-lhe o mesmo, mas dizia eu, detesto o facto de não conseguir desviar o olhar daquelas ancas proeminentes, qual íman qual quê, o meu olhar desce uns bons 90º em ângulo recto sempre que ela passa. Esforço-me por lhe olhar para a cara, mas não adianta. De tão grande e redondo que é, dá vontade de tocar, de ver se é verdadeiro, saber qual é a sensação , a textura.
Intrigada por tal fenómeno, a rapariga que trabalha comigo, passou uma noite inteira a espreitá-lo, a ele, o rabo. Concluiu que não há ali gordura nenhuma, não há ali celulite, não, é puro músculo. Tudo saúde. E aí sim, suspirámos de inveja as duas.

sábado, julho 18

neighbours

13h30. Entra o casal dos cafés escaldados, o dele é cheio, o dela é curto. trocamos dinheiro e dois dedos de conversa. 13h50. chegam os simpáticos irmãos gémeos que eu não consigo distinguir. 14h15. entra o cliente que diz que eu tenho pedigree. às 15h15 ele terá certamente uma cadela, tal é a velocidade a que entorna super bocks. 15h30, entra o nosso cliente carochinha, o que tenta casar com tudo, pão de cereais incluido. às 16h, entra o aparício que vem cá beber cervejas e treinar o zoom in, zoom out ao rabo da minha empregada. 16h10, a vizinha que leva muitos bolos. às 16h30, à falta dos efeitos de fumo, varre-se o chão, onde entre mais pó e menos pó, desfila a avó mais sexy que por aqui há. 17h10, serve-se um café ao senhor que nunca diz nada, vive na casa ao lado, e cujos estores estão sempre para baixo - pergunto-me se tem uma cave. já nas 18h00, é a vez do casal que nunca fez sexo. têm duas filhas. um garoto sem espuma para ela, a espuma dos dias no fino dele. 18h15, ginga as ancas o playboy do prédio. 19h00, entram as minhs meninas, jogo às escondidas com elas, enquanto falo com os pais. 19h10. porra! esqueci-me de comprar cebolas. um pulo até às 19h30, roda o barraco a filha de chelas. no silêncio das 20h entram os meninos de farda. sirvo-os sem lhes fitar os olhos. tenho vergonha que me vejam corar. às 20h30 estremece-me o coração em surpresa. amigos. 21h00, pergunto-me o que fhei-de fazer para jantar sem alhos e cebolas? 21h30, risos e gargalhadas. 21h35, tempo para uma fatia de torta de chocolate. às 21h40 exclama-se aleluia - a vizinha da frente traz-nos um saco de cebolas da sua horta. às 22h00, fecha-se a porta.

sexta-feira, julho 10

Não fui abençoada com um bom par de mamas. Na verdade quase não chego a ter o par. Não tê-las é coisa que também não me perturba muito, é certo. Mas a nível de trabalho sinto que perco imenso. Um bom par de mamas encerra em si o verdadeiro significado de diplomacia, ou vá lá, de corpo diplomático pelo menos.
Umas glândulas mamárias fartas são capazes de apartar qualquer tipo de conflito. Por outro lado, não será arriscado afirmar que seios há, exímios em negociação - ou não conhecemos todos, decotes que figuram em quadros empresariais por mérito próprio?
Eu, delas não me poderei fazer valer. A triumph jamais será minha empregadora e a maxmen nunca me vai pôr a saltar à corda.
Em mim, seios inflamados, só mesmo os paranasais. Mas não há sinusite que faça virar cabeças. E, contra mamas, não há argumentos.