segunda-feira, setembro 13

O cagão

em todos os locais de trabalho há um cagão.
o cagão é o tipo que domina - se tiver boa formação, a bela arte do piaçaba.
o tipo que planeia escrever longos romances nos rolos de papel higiénico e conhece todas as juntas de azulejo pela esquadria.
o cagão foi a musa inspiradora de todas as fragâncias brise, desde a fragância brise baunilha, a brise de frutos tropcais, até à mais conhecida, a fragância brise caga e foge.
o cagão é do tipo que não descrimina se é feijoada ou foi salada, tudo transformando em puré - com uma velocidade, consistência e perfeição que deixaria qualquer passe-vite envergonhado.
o cagão é um tipo para quem um peido é mais ou menos a mesma coisa que uma clave de sol. peido aqui, bufa acolá, e é um traque que se lhe dá.
e ele sabe, sim, o cagão sabe, que numa entrevista de trabalho, a seguir ao bling bling, o que realmente importa são as condições de trabalho no wc - se a acústica é boa, se é arejado, se está mesmo ali à mão, e sobretudo, factor imprescíndivel e por vezes eliminatório: se o papel higiénico é de folha dupla, tem aroma ou é colorido.
mas sobretudo, o cagão é um tipo que vê sempre o seu trabalho respeitado. de cada vez que ele caga, cagalhão vai, cagalhão não vem, enquanto a sua obra não se evapora, ninguem se atreve, certamente, a pisar tal território sagrado! é merda com assintaura. é outra coisa.

Sem comentários:

Enviar um comentário