quarta-feira, setembro 23

A Bola

Ao contrário da maior parte das mulheres que se queixam de que os seus respectivos ligam mais a um esférico do que a elas, eu não tenho problemas nenhuns com isso.
Rio-me imenso com os disparates que ele grita para o televisor, ou como se revolta ao ver programas desportivos. Gosto que vá à bola com os amigos ou que jogue de vez em quando ao fim de semana. Acho saudável. E sinceramente, antes preste atenção a um só esférico, que a dois metidos em soutien alheio.

Quanto a mim, desde pequena que o som de um relato de futebol me acalma. Não tanto dos nervos, mas é um som familiar, confortável. Adormeci vezes sem conta em casa de um amigo do pai, quando ele ia para lá ver a bola. E apesar de ter um irmão mais novo, sempre fui eu a ver a bola com o meu pai. Desde pequena que me sentava ao lado dele no sofá e o ouvia tecer comentários apaixonados na direcção da caixa luminosa que mudou o mundo. Ainda hoje sou eu quem vê os jogos da selecção com ele. E que, como ele, vocifera impropérios aos jogadores.

É isso, gosto de ouvir a bola. Só não consigo passar a ser do sporting de alma e coração, como o meu homem desejaria. Simpatizo com a causa leonina, mas dá-me infinitamente mais prazer fazer pirraça com ele.

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